Vozes do GrowLIFE – Patrícia Gomes de Almeida
Bem vinda/o à última edição do Vozes do GrowLIFE de 2024! Nesta entrevista, conversamos com a Patrícia, a nossa Gestora de Projeto. A Patrícia desempenha um papel fundamental na coordenação de todas as atividades e em garantir que permanecemos alinhados com a nossa missão e com as expectativas das instituições e da entidade financiadora. Ao encerrarmos 2024, é uma excelente oportunidade para refletir sobre o nosso percurso até agora — celebrar os sucessos, reconhecer os desafios e tomar nota das aprendizagens. A Patrícia faz ainda uma antecipação do que nos espera no próximo ano, partilhando algumas pistas sobre o que está por vir para o GrowLIFE em 2025.
Olá Patrícia, podes apresentar-te?
Olá! O meu nome é Patrícia e faço parte da equipa do projeto GrowLIFE.
Depois de terminar o meu doutoramento em 2019, tive a oportunidade de trabalhar na FCiências.ID como gestora de projetos com financiamento internacional. Aqui, pude familiarizar-me com as questões financeiras e administrativas de vários tipos de projetos, principalmente com financiamento europeu.
Em 2023 surgiu a oportunidade de me juntar à equipa da Caravana Agroecológica e poder contribuir com a minha experiência em gestão de projetos internacionais para dar apoio às atividades do GrowLIFE, e é o que tenho feito desde que o projeto iniciou.
Qual é o teu papel no GrowLIFE e o que implica?
O meu papel no GrowLIFE é bastante transversal – no fundo, faço a ponte entre:
1) Aquilo que a equipa precisa para poder implementar o projeto – tudo o que seja logística, material, burocracias e despesas necessárias, etc.;
2) Aquilo que o projeto precisa – coordenação das várias atividades, material a produzir, gestão da informação e bases de dados, etc.;
3) Aquilo que as instituições envolvidas precisam a nível de documentação e reporte, incluindo a União Europeia, a ELMEN, Faculdade de Ciências, FCiências.ID e Turismo de Portugal.
A burocracia associada a este tipo de projetos é sempre bastante intrincada, e ter alguém dedicado a dar apoio a estas questões permite que quem está no terreno a implementar as atividades não tenha de se preocupar com a parte administrativa do projeto, e possa concentrar a sua atenção no trabalho que está a desenvolver. Desta forma, enquanto a restante equipa vai implementando as Visitas Participativas, Rotas para a Sustentabilidade e Dia Aberto de Produtores, eu estou a trabalhar na compilação e organização de toda a informação resultante das atividades, a gerir as despesas necessárias para podermos implementá-las, e a comunicar com as várias instituições.
Para além desta parte mais administrativa e burocrática, também estou envolvida na comunicação do GrowLIFE – faço a preparação e gestão dos conteúdos para as nossas redes sociais, e sou a pessoa por trás do e-mail growlife@fc.ul.pt – se nos enviar uma mensagem, provavelmente serei eu a responder-lhe!
Agora que fechamos o primeiro ano de atividades, quais achas que foram os momentos-chave de 2024 para o GrowLIFE? Quais foram os maiores desafios e as aprendizagens mais importantes?
Felizmente, o retorno que temos recebido das nossas atividades tem sido muito positivo, e as pessoas envolvidas nas várias atividades assinalam o valor e a necessidade de que existam mais iniciativas como as que estamos a desenvolver. Isto faz-nos confiar que estamos no caminho certo e, principalmente, a responder às necessidades efetivas dos territórios e comunidades onde estamos a atuar.
Em 2024 lançámos com sucesso a maioria das atividades do GrowLIFE, marcando um passo significativo na implementação do projeto – implementámos 3 Visitas Participativas a Produções Sustentáveis em 3 regiões diferentes do país, realizámos 7 Reuniões Preparatórias das Rotas para a Sustentabilidade com diferentes municípios e respetivos agentes locais envolvidos no sistema alimentar, e implementámos ainda 5 Dias Abertos de Produtores de Norte a Sul do país.
A principal aprendizagem é que cada uma das nossas atividades – Visitas Participativas para capacitar e criar redes entre agricultores, Rotas para a Sustentabilidade para mobilizar e inspirar decisores políticos, e Dias Abertos de Produtores para ligar agricultores e consumidores e envolver profissionais de cozinha, presentes e futuros – são uma plataforma para promover o diálogo, partilhar ideias e construir colaborações. Por exemplo, a participação de pessoal técnico da respetiva câmara municipal numa dada Visita Participativa cria a oportunidade para uma interação e partilha direta entre agricultores e decisores políticos, contribuindo para uma maior compreensão dos desafios e potenciais soluções ao nível do sistema alimentar local. Assim, ao envolver todos os agentes locais do sistema alimentar nas várias atividades, o GrowLIFE não só aumenta o seu impacto no território, como cultiva um terreno fértil para que se estabeleça uma colaboração a longo termo entre estes agentes locais. Nesse sentido, em 2025, tentaremos articular melhor as diferentes atividades a implementar.
Felizmente, o retorno que temos recebido das nossas atividades tem sido muito positivo, e as pessoas envolvidas nas várias atividades assinalam o valor e a necessidade de que existam mais iniciativas como as que estamos a desenvolver. Isto faz-nos confiar que estamos no caminho certo e, principalmente, a responder às necessidades efetivas dos territórios e comunidades onde estamos a atuar. Para além disto, temos também contactado com várias outras organizações e projetos cuja missão está muito alinhada com aqueles que são os objetivos do GrowLIFE, e não só agradecemos pela valorização do nosso trabalho, como estamos entusiasmados com a perspetiva de colaborar. Se todos trabalharmos em conjunto, conseguimos alcançar o objetivo comum de ter um sistema alimentar mais sustentável.
Olhando para o futuro, o que podemos esperar do GrowLIFE em 2025?
2025 vai ser um fantástico ano:
Vamos continuar a realizar Visitas Participativas a Produções Sustentáveis de Norte a Sul de Portugal, pelo menos 5 até o verão – se é produtor de hortofrutícolas e está interessado em participar, e/ou em aplicar práticas agrícolas mais sustentáveis na sua produção, entre em contacto connosco!
Até março de 2025 serão realizados Dias Abertos de Produtores em Portalegre, Coimbra, Cascais/Estoril, Lisboa, Caldas da Rainha/Óbidos, Portimão e Vila Real de Santo António – se está numa destas zonas e quer conhecer produtores sustentáveis, provar os seus produtos confecionados pelos alunos das Escolas de Hotelaria e Turismo e participar num debate sobre sustentabilidade do sistema alimentar com outros agentes locais, fique atenta/o às nossas redes sociais para saber quando serão!
Vamos dar início às primeiras Rotas para a Sustentabilidade, em que 17 municípios, distribuídos por 4 diferentes regiões de Portugal continental, vão conhecer iniciativas já implementadas relacionadas com consumo sustentável e de proximidade, e trazer consigo ideias e políticas que possam implementar no seu território para promover a sustentabilidade do seu sistema alimentar local.
Vamos publicar alguns Manuais – em particular Guias para a implementação de Visitas Participativas e Dias Abertos de Produtores – para que quem quiser implementar estas ações o possa fazer.
Há mais alguma coisa que gostaria de partilhar com o nosso público?
Tem sido muito encorajador perceber que há muitas pessoas que, como nós, querem contribuir para tornar o sistema alimentar mais sustentável a nível ambiental, económico e social. É muito gratificante poder trabalhar em conjunto e partilhar conhecimento e experiências com estas pessoas, desde agricultores, técnicos municipais, retalhistas ou mesmo estudantes das Escolas de Hotelaria e Turismo.
O sistema alimentar é altamente complexo, e abordar a sua sustentabilidade em todo o território de Portugal continental representa um desafio significativo para uma equipa pequena como a nossa. No entanto, esta diversidade — que abrange vários territórios, muitos agentes locais e diferentes realidades — também oferece uma oportunidade única para aprender, adaptar e ter efetivamente impacto onde é mais necessário.
No entanto, tem sido muito encorajador perceber que há muitas pessoas que, como nós, querem contribuir para tornar o sistema alimentar mais sustentável a nível ambiental, económico e social. É muito gratificante poder trabalhar em conjunto e partilhar conhecimento e experiências com estas pessoas, desde agricultores, técnicos municipais, retalhistas ou mesmo estudantes das Escolas de Hotelaria e Turismo. Um muito obrigado a todas as pessoas que colaboraram connosco ao longo deste último ano e meio e, do nosso lado, contem com o nosso compromisso em continuar a trabalhar para aproximar quem produz os nossos alimentos de quem os consome.
Finalmente, convido quem nos lê a entrar em contacto connosco e a vir fazer parte da mudança! Acompanhem as nossas redes sociais e subscrevam a nossa newsletter para receber as novidades em primeira mão.
Aproveito e desejo-vos festas felizes e um fantástico 2025!